terça-feira, 21 de dezembro de 2010

REPORTAGEM 7º CONGRESSO BRASILEIRO DE COMUNICAÇÃO


Reportagem feita para o 7º Congresso Brasileiro de Comunicação promovido pela Faculdade Maurício de Nassau. 

domingo, 3 de outubro de 2010

MÚSICA AOS OUVIDOS, SAÚDE PARA O CORPO

     Quem disse que a música não ajuda na qualidade de vida das pessoas? Na verdade, a música está no ser humano independente dele querer ou não. Não se trata apenas do som, mas de vibrações que desencadeiam a atividade cerebral e interferem na digestão, na pressão arterial, na respiração e em tantos outros mecanismos que estão ligados à saúde das pessoas e ao bom funcionamento do corpo, tanto físico quanto emocional.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Mercado de São José: Patrimônio esquecido

Passeando pelo Recife, conhecida por sua multiculturalidade e pela rica história transposta em suas arquiteturas e monumentos, encontramos um legado que por décadas representa características da produção cultural, artesanal e econômica da cidade ,e que no entanto se encontra em caótica preservação.  

...Mas nem tudo é problema

Fachada do Mercado da Boa Vista
    Um passeio agradável em um ambiente arborizado, com clima boêmio e ar nostálgico. Esta é a sensação que se tem ao entrar no mercado da Boa Vista, um dos mais antigos e bem conservado mercados do Recife. Um espaço que soube conservar suas tradições, mantendo de pé a memória viva da cultura pernambucana.

Deficientes merecem cuidados especiais nos mercados públicos

Albrto Souza, ex-cadeirante
    Em 1993 o comerciante Alberto de Souza Lopes foi ao Marcado de São José e não conseguiu entrar pela porta principal, foi até a lateral esquerda e também não teve sucesso. Da mesma forma, tentou ir pelo lado direito e por mais uma vez sua tentativa fracassou.
    Alberto foi vítima de um assalto na avenida Boa Viagem em 1993, levou dez tiros, submeteu-se a várias cirurgias nas articulações e passou oito meses trabalhando

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Entrevista - Administração em pauta

Aureliano José
Em um bate papo embalado por musica ao vivo e os já conhecidos sons dos mercados populares, o administrador Aureliano José, conversou sobre os problemas e soluções relacionadas à infra-estrutura do Mercado de São José.

Revista Nassau: como o senhor avalia sua administração no mercado?

Aureliano José: Já estou no Mercado de São José há 17 anos, acredito que o meu trabalho em parceria com a Csurb e a prefeitura é muito bom e bem visto.

RN: O senhor acha que o número de funcionários para a limpeza é o suficiente?

AJ: Temos serventes aqui o suficiente para a manutenção do mercado. São cinco serventes por dia na limpeza.

RN: Existe algum controle para horário de limpeza? Um sistema de manutenção ao longo do dia?

AJ: Existem mercados que tem sistemas de controle de uma em uma hora, duas em duas horas, mas existem mercados que não dá pra fazer isso. Aqui o que podemos fazer é cada funcionário ficar responsável por uma área do mercado, então a todo momento ele deve estar limpando a sua área. E se houver alguma reclamação, vou diretamente a eles.

RN: Existem muitas lâmpadas queimadas pelo mercado, o que falta para a reposição?

AJ: As lâmpadas já chegaram, estamos trocando aos poucos.

RN: É oferecido algum tipo de treinamento para os comerciantes dos boxes de pescados e carnes, para um cuidado especial com a limpeza?

AJ: A vigilância sanitária da cidade do Recife tem um trabalho muito eficiente, ela proporciona cursos de requalificação, orientação. A gente está sempre mandando as pessoas para os cursos. No período de páscoa, existem reuniões com os responsáveis pelos pescados. E as visitas nos mercados são frequentes, geralmente de três em três meses.

RN: O senhor acha a limpeza dos banheiros do mercado suficiente?

AJ: Acho que pode melhorar, mas cada seguimento, cada mercado, cada órgão tem uma maneira de trabalhar. O povo que frequenta o Mercado de São José é o feirante daqui, do Cais de Santa Rita. Pessoas que moram nas ruas. Então fica difícil manter uma estrutura de limpeza completa, a prefeitura sabe disso.

RN: Como administrador, falta algum tipo de assistência da prefeitura, dos órgãos públicos para uma melhor gestão no mercado?

AJ: Eu sou muito bem atendido pela prefeitura e pela CSURB, mas tem um grande problema que é a falta de segurança. A gente precisa aqui no mercado de São José uma maior atenção nesse setor.

RN: Na entrada principal do mercado não se vê uma rampa de acesso para cadeirantes, existe algum tipo de projeto nesse sentido?

AJ: Existe um projeto sim da prefeitura, não só nos mercados, mas em toda a cidade do Recife para dar um melhor acesso aos deficientes físicos.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Curta: Sonho ou pesadêlo

O curta Sonho ou pesadêlo é uma produção baseada na obra do escritor Gabriel Garcia Marques, Crônicas de uma morte anunciada. O vídeo faz uma crítica política quanto a má distribuição de renda, faz uso da descontinuidade temporal como recurso para a criação do enredo. O curta "Sonho ou pesadêlo" foi exibido no Cinema Rosa & Silva na noite de premiação de melhores curtas dos alunos de Comunicação Social da Faculdade Maurício de Nassau.
Também pode ser visualizado no site: http://www.youtube.com/user/ninhotequero1#p/a/u/0/BHt-2_syt4Y


Elenco:                              Elenco de apoio:                   Roteiro:
Ana Elisabethe - Como mãe                     Elis Matins                              Anderson Kleiton 
Anderson Kleiton - Como pai                  Jailma Barbosa                          Everson Soares
Everson Soares - Como presidente          Silvannir Jaques                         Jailma Barbosa
Vanderson Dutra - Como João Pedro      Valéria Araújo

Direção de arte:     Direção de Produção:          Assist. de Produção:
Silvannir Jaques                      Anderson Kleiton                          Elis Martins, Jailma Barbosa,
                                                                                                 Ricardo Dutra, Valéria Araújo

Imagens:      Edição de imagens:      Sonoplastia:         Trilha Sonora:
Gilvan Noblat          Everson Soares                      Anderson Kleiton          Beethoven (Symphony nº6)
Ricardo Dutra          Luiz Henrique                        Everson Soares          Senhor do tempo (Instrumental)
                             Ricardo Dutra

Bibliotecas comunitárias revolucionam a vida das pessoas que moram em comunidades carentes do Recife.


Aula de Francês para as crianças da
comundade.
A luta pela ampliação dos espaços que visam democratizar a leitura e o acesso ao livro continua sendo constante, envolvendo política, poder público e a população.

Foi justamente a partir do entendimento sobre essa necessidade de acesso ao conhecimento que surgiu a rede de bibliotecas comunitárias, instrumento para promover o desenvolvimento pessoal e transformar vidas. É nas periferias, local onde essas bibliotecas atuam diretamente, que os jovens, adolescentes, crianças e adultos passam a ter um contato direto com as ações de leitura para o enriquecimento do universo cultural.

A Rede surgiu no ano de 2007, quando um grupo de seis bibliotecas comunitárias se uniu para discutir temáticas voltadas à formação de leitores, com o objetivo de compreender a realidade particular e geral dessas bibliotecas. Hoje, o projeto conta com o total de dez bibliotecas comunitárias para despertar a paixão pela leitura de quase dois milhões e meio de habitantes, somente no Estado de Pernambuco. A partir desse intercâmbio, dessa troca de informações e dos encontros, as bibliotecas populares, como também são chamadas, visam formar uma comunidade de aprendizagem.

O fenômeno das bibliotecas nas comunidades carentes é resultado da ineficiência do Estado, que tem a obrigação de prover as necessidades básicas para a formação do cidadão, garantidas na constituição Brasileira.

Além das dificuldades que envolvem fatores políticos e pedagógicos, a questão financeira é, sem dúvida, um dos maiores desafios enfrentados para que a rede de bibliotecas comunitárias continue realizando atividade nas comunidades carentes do Recife, de Olinda e Jaboatão dos Guararapes.

Gabriel Santana, coordenador da Rede
Se não fossem as parcerias firmadas com órgãos facilitadores que apóiam a Rede, como é o caso do Centro de Cultura Luiz Freire e do Instituto C&A, as portas dessas bibliotecas já estariam fechadas há muito tempo. “A maior dificuldade é sustentar essas bibliotecas com equipamentos, espaços físicos, todos os recursos que são necessários para continuar com o trabalho” afirmou o coordenador da Rede, Gabriel Santana.

Durante os quase seis mil anos de existência do livro, a evolução desde a utilização do papiro à utilização do papel manufaturado, o homem sempre quis registrar a sua passagem pelo planeta. Numa sociedade muitas vezes injusta, e dividida, o acesso ao conhecimento através do livro deveria ser no mínimo uma garantia básica ao alcance de todos.

Por Anderson Kleiton

Biblioteca comunitária Caranguejo Tabaiares: mudando pré-conceitos, formando conceitos



    Lugares marcados pela ausência de políticas públicas na área cultural transformam-se aos poucos em bairros de ações significativas nessa área de educação. É o caso da comunidade Caranguejo Tabaiares, que fica no Bairro da Ilha do Retiro, no Recife. Um lugar de ruas estreitas, sem asfalto, sem praças. Por entre becos e casas coladinhas uma a outra, está erguida de forma concreta a esperança de pessoas que acreditam na transformação. Trata-se da Biblioteca Caranguejo Tabaiares.

    Até 2008 não existia no local espaços de lazer e cultura. As crianças e os jovens vivenciavam dificuldades até para realizar seus trabalhos escolares. Mas o caso não se restringe apenas ao bairro. De acordo com os dados do MEC, 420 municípios brasileiros não possuem o equipamento, sendo 161 deles no Nordeste. A região tem uma média de 2,23 bibliotecas por 100 mil habitantes. Em Pernambuco este índice é de 1,85. O município com maior número é Igarassu (0,99), o pior é Recife (0,12). Entre Jaboatão dos Guararapes, Recife e Olinda existem apenas cinco, isso para mais de dois milhões de pessoas.

    Com o surgimento da biblioteca comunitária Caranguejo Tabaiares o acesso aos livros democratizou a leitura. É só procurar o livro desejado e fazer o empréstimo. A história começou a partir do convite de uma instituição de ensino do Recife a Reginaldo Pereira e Cleonice da Silva, moradores do local. Eles abraçaram a causa e passaram a dedicar tempo, forças e esperanças no projeto.

    Dentre os objetivos iniciais estava o de melhorar o desempenho das crianças nas atividades escolares, incentivando-as a estudar. No entanto, por trás da ação, está uma luta contra a violência urbana, a pobreza e o comodismo. As mudanças são perceptíveis. Cinco mil pessoas da comunidade passaram a buscar lazer na biblioteca. Em 2009, 80% fizeram empréstimos de livros, 500 crianças participaram da V Semana do Conto de História, durante o mês de janeiro, e 50% dos alunos da rede oficial de ensino fizeram atividades de leitura.

    A sede é mantida com algumas doações vindas de institutos, prefeitura e pessoas físicas. Os funcionários recebem uma bolsa, em dinheiro, paga pela prefeitura do Recife. Mas, mesmo com alguns patrocinadores, o espaço ainda é alugado e não há mais onde se colocar os livros. Os fundadores vivem os dilemas de não possuir verbas suficientes instalar uma sede própria. Eles já possuem o terreno, mas falta material para construção e mão-de-obra. Para Cleonice essa é uma das maiores dificuldades que os organizadores enfrentam. “Realmente o que nos falta é nosso cantinho. Se um dia o dono pedir essa casa, eu não sei como vai ser. Onde vamos colocar os quase dez mil livros que temos?”, lamenta.

Recomeços, transformações, lições de vida
 
Cleonilha e Reginaldo
    A biblioteca interferiu diretamente na história de muitas pessoas envolvidas no processo. É o caso de um de seus fundadores, Reginaldo Pereira. Em outros tempos ele não poderia imaginar que, aos 27 anos, sua vida estaria radicalmente transformada. Morador da comunidade Caranguejo Tabaiares, filho de comerciante, e acompanhava o pai durantes as vendas no centro do Recife, nos estádios e nos shows. Ao surgir o projeto de uma biblioteca comunitária, Reginaldo sentiu que deveria envolver-se. Como participava de grupos da igreja católica, ele já sentia uma pré-disposição ao trabalho comunitário. A biblioteca serviu para que o próprio Reginaldo direcionasse seus objetivos. Através do projeto, ele decidiu que deveria estudar e treinar sua leitura, para que pudesse representar bem a sua comunidade.

    Hoje ele tem mais habilidade na leitura e fala até francês. Possui uma análise perspicaz sobre a vida de seu bairro, sempre abordando as chances que cada uma das crianças tem de mudar o futuro. Reginaldo sabe a importância das decisões que tomou na vida. “A Biblioteca foi um desafio comunitário e uma superação pessoal”, conta.

    A questão do futuro das crianças é uma preocupação também de Cleonice, no projeto, a mulher braço direito de Reginaldo. “Cada um de nós tem uma missão. Já vi muita criança nascer e ir embora”, fala com tristeza. Ela é uma pessoa envolvida com a situação da comunidade. Há 11 anos, faz um trabalho com os idosos do bairro. Nesse processo decidiu que algo deveria ser feito também para os jovens. “Como é que um jovem vai crescer com boa educação se ninguém fizer alguma coisa? Pela questão cultural pobre ou trabalha para ter dinheiro ou estuda”, desabafa. Ela também acredita que os freqüentadores da biblioteca estão lá porque gostam. Entre as opções que são possíveis às crianças do bairro, Cleonice sabe que está oferecendo o melhor. “A participação deles é algo muito bom para a comunidade, pois enquanto estão aqui, não estão ali, junto aos traficantes, com uma pedra de craque”, revela.

Na fuga da violência e da miséria está Carolina, 9. A menina demonstra ter consciência da importância dos estudos para uma vida com dignidade. “Se eu não estivesse aqui, poderia estar no meio da rua com pessoas que não prestam”, revela. Para lutar pelo seu futuro, ela enfrenta os desafios de uma família humilde. Vai a pé para a escola, que fica no Bairro do Bongi, a aproximadamente 2 km de sua casa. Está na 3ª série. Seus pais são separados e sua mãe trabalha em uma banca de jogo do bicho. Carolina tem um irmão de cinco anos, mas a mãe deu a criança ao padrinho dele.
    Com uma família desestruturada, ela busca nos estudos uma forma de descontrair e fugir do caos da desigualdade social. “É melhor vir para a biblioteca do que ficar na rua fazendo coisas erradas”, conta. Ela acredita que o estudo pode oferecer os meios necessários para realizar seus sonhos. “Aqui se aprende mais. Para ser médica tem que estudar”, aconselha.

    As próprias crianças que freqüentam as bibliotecas populares fazem isso não apenas como dever escolar. Trazem dentro de si anseios, sonhos e esperança de mudar a vida.

Jailma Barbosa para o Noticiando

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O que alimenta o coração do fotógrafo?


A busca frenética e desenfreada de registrar com pigmentos a representação icônica da realidade vivida, que não mais acontecerá da mesma maneira. Trata-se em primeiro lugar, em visualizar mentalmente aquilo que precisa conter a história dos fatos no recurso imagético. A fotografia tem o poder de sintetizar vários milhões de palavras, conceitos lógicos ou ilógicos, verbos, pronomes, substantivos, concordâncias sintáticas ou semânticas, todos congelados em questão de segundos. Os batimentos cardíacos acelerados revelam o momento exato, único e imperdível para tornar o instante atual em memórias eternas, capaz de revelar até mesmo aquilo que é invisível.
Texto escrito para a disciplina de Fotojornalismo como exigência da professora Valéria Borges