segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Bibliotecas comunitárias revolucionam a vida das pessoas que moram em comunidades carentes do Recife.


Aula de Francês para as crianças da
comundade.
A luta pela ampliação dos espaços que visam democratizar a leitura e o acesso ao livro continua sendo constante, envolvendo política, poder público e a população.

Foi justamente a partir do entendimento sobre essa necessidade de acesso ao conhecimento que surgiu a rede de bibliotecas comunitárias, instrumento para promover o desenvolvimento pessoal e transformar vidas. É nas periferias, local onde essas bibliotecas atuam diretamente, que os jovens, adolescentes, crianças e adultos passam a ter um contato direto com as ações de leitura para o enriquecimento do universo cultural.

A Rede surgiu no ano de 2007, quando um grupo de seis bibliotecas comunitárias se uniu para discutir temáticas voltadas à formação de leitores, com o objetivo de compreender a realidade particular e geral dessas bibliotecas. Hoje, o projeto conta com o total de dez bibliotecas comunitárias para despertar a paixão pela leitura de quase dois milhões e meio de habitantes, somente no Estado de Pernambuco. A partir desse intercâmbio, dessa troca de informações e dos encontros, as bibliotecas populares, como também são chamadas, visam formar uma comunidade de aprendizagem.

O fenômeno das bibliotecas nas comunidades carentes é resultado da ineficiência do Estado, que tem a obrigação de prover as necessidades básicas para a formação do cidadão, garantidas na constituição Brasileira.

Além das dificuldades que envolvem fatores políticos e pedagógicos, a questão financeira é, sem dúvida, um dos maiores desafios enfrentados para que a rede de bibliotecas comunitárias continue realizando atividade nas comunidades carentes do Recife, de Olinda e Jaboatão dos Guararapes.

Gabriel Santana, coordenador da Rede
Se não fossem as parcerias firmadas com órgãos facilitadores que apóiam a Rede, como é o caso do Centro de Cultura Luiz Freire e do Instituto C&A, as portas dessas bibliotecas já estariam fechadas há muito tempo. “A maior dificuldade é sustentar essas bibliotecas com equipamentos, espaços físicos, todos os recursos que são necessários para continuar com o trabalho” afirmou o coordenador da Rede, Gabriel Santana.

Durante os quase seis mil anos de existência do livro, a evolução desde a utilização do papiro à utilização do papel manufaturado, o homem sempre quis registrar a sua passagem pelo planeta. Numa sociedade muitas vezes injusta, e dividida, o acesso ao conhecimento através do livro deveria ser no mínimo uma garantia básica ao alcance de todos.

Por Anderson Kleiton